Divulgação Científica
1. Terapia artística e suas implicações no tratamento da dor crônica
O estudo
investigou a eficácia da arteterapia no
tratamento da dor crônica não oncológica por
meio de uma revisão narrativa. A pesquisa,
realizada entre junho e novembro de 2020,
revisou 16 artigos disponíveis em bancos de
dados, focalizando exclusivamente em
participantes adultos. Foi revisado quatro
áreas de terapia artística: artes visuais,
música, terapia de dança/movimento e
expressão escrita. Evidências sugerem
associações positivas com a saúde, incluindo
melhora no humor, bem-estar e qualidade de
vida. Destaca o modelo biopsicossocial como
uma conceituação viável para a dor crônica,
incorporando múltiplos fatores.
A pesquisa se
deparou com desafios na verificação e
mensuração dos efeitos da arteterapia, bem
como na generalização desses resultados para
diferentes populações. A quantidade limitada
e a inconsistência nas pesquisas destacam a
necessidade de aprimorar os padrões
metodológicos e realizar mais estudos nessa
área em crescimento, como grupos de controle
e quantificação de variáveis de resultado.
Embora possua
potencial na redução de sintomas físicos e
da intensidade da dor, a inconsistência nos
resultados dificulta conclusões definitivas.
A revisão reconhece a importância da
arteterapia na música e expressão escrita,
mas destaca a carência de investigações
sobre seu impacto, especialmente na dança e
terapia do movimento.
Referência:
Raudenská J, Šteinerová V, Vodičková Š, et
al. Arts Therapy and Its Implications in
Chronic Pain Management: A Narrative Review.
Pain Ther. 2023;12(6):1309-1337. doi:10.1007/s40122-023-00542-w
Alerta
submetido em 29/09/2023 e aceito em
05/12/2023.
Escrito por
Laryssa Campêlo Magri, Isabela Henrique de
Moura Oliveira e Nathalia Lorrany Rodrigues
Vaz.
2. Relação entre dor nas costas e trabalho remoto durante a pandemia
Um em cada quatro trabalhadores remotos
sentiu dor nas costas durante as medidas
restritivas da pandemia de COVID-19. O
estudo determinou que não havia relação
clara entre o surgimento da dor nas costas
até que os resultados foram estratificados
segundo o IMC. O ganho de peso foi um fator
decisivo para o surgimento de dor nas
costas.
O estudo em questão, realizado entre outubro
de 2020 e janeiro de 2021, avaliou as
seguintes variáveis sociais e individuais
que poderiam influenciar de alguma forma no
surgimento da dor lombar nas populações de
diferentes municípios de Santa Catarina e
Rio Grande do Sul, todas elas identificadas
por um questionário.
No período da pandemia de COVID-19, muitas
pessoas tiveram que recorrer à modalidade de
trabalho remoto como forma de manter sua
renda mensal, podendo esta escolha estar
associada ao aumento de dor nas populações
ao Sul do Brasil. Pessoas obesas ou com
sobrepeso tinham mais chance de desenvolver
dor nas costas.
Referência: Saes-Silva E, Saes MO, Meucci RD,
Meller FO, Schäfer AA, Dumith SC. Remote
work and back pain during the COVID-19
pandemic in adults and older population in
South Brazil. Cien Saude Colet.
2023;28(3):731-738. doi:10.1590/1413-
81232023283.14362022.
Alerta
submetido em 28/09/2023 e aceito em 05/12/2023. Escrito por Lucas Augustus Vitor Barbosa Póvoa e Thayná Gonçalves Dutra.
3. Impacto da dor na vida do paciente com fibromialgia
Você sabe o que é fibromialgia? Será que
esta doença afeta as famílias brasileiras e
influenciam na experiência de dor do
paciente? Essas e muitas perguntas foram
realizadas e serviram de base para que o
artigo “Experiência Da Dor Total Do Paciente
com Fibromialgia e Sua Família’’ fosse
publicado em 2023 pela Universidade de
Fortaleza. A fibromialgia é uma condição
complexa, subestimada e pouco compreendida.
Diante disso, os autores destacam a
importância de entender a experiência total
da dor do paciente com fibromialgia desde o
diagnóstico, suas implicações sociais,
emocionais e familiares acerca deste
processo.
Foi aplicado um questionário
sociodemográfico e roteiros de entrevista
semiestruturados adaptados para o grupo de
estudo. Os relatos mostraram que os
pacientes com fibromialgia lidam com uma dor
complexa capaz de afetar a constituição
total de sua vida. As pessoas acometidas com
essa doença sofrem com uma dor difusa e
intensa, além da dor social, psíquica e
espiritual. Evidenciou-se que a forma como a
família compreende e lida com os sintomas do
paciente influencia significativamente no
enfrentamento das dificuldades provocadas
pela fibromialgia.
Por fim, a pesquisa enfatiza a necessidade
de uma atenção integral direcionada aos
indivíduos com fibromialgia, bem como sua
família. Para que isso aconteça, é
necessário que haja capacitação das equipes
interdisciplinares no tratamento a fim de
realizar o cuidado de forma integral,
divulgar informação e educação aos pacientes
e seus familiares com o intuito de auxiliar
no cuidado e enfrentamento da fibromialgia.
Referência: Melo C de F, Silveira L de S,
Arruda GHB de. Experiência da dor total do
paciente com fibromialgia e sua família.
SPAGESP 2023;24(1):155-67
Alerta
submetido em 26/01/2024 e aceito em
06/02/2024.
Escrito por Janine Amaral Moreira e
Sabrina Teixeira da Silva.
4. Relação entre a atividade física e dor crônica em adultos e idosos
Um estudo
qualitativo descritivo realizado em
Florianópolis, Santa Catarina, analisou as
barreiras e facilitadores para adesão à
prática de exercícios físicos por pessoas
com dor crônica na Atenção Primária à Saúde.
Os pesquisadores entrevistaram 16
participantes que estavam em acompanhamento
nos grupos destinados ao manejo da dor
crônica. Ademais, identificou-se a
importância de conhecer tais parâmetros para
desenvolver estratégias que promovam o
engajamento destas pessoas em programas de
exercícios físicos para o controle da dor.
O estudo
verificou que a adesão à prática de
exercícios por pessoas com dor crônica está
diretamente relacionada à percepção dos
resultados positivos obtidos com uma prática
regular de exercícios, ao acompanhamento
profissional, ao prazer na atividade física
e ao grupo de exercício como apoio social.
Em contrapartida, as principais barreiras
percebidas foram a exacerbação da dor, o
medo de lesão e a condição financeira. Não
obstante, observou-se que o ambiente físico
e as demandas diárias podem ser favoráveis
ou não à realização de atividades físicas.
Os resultados
ressaltam que os desafios enfrentados na
adesão regular aos exercícios devem ser
minimizados, por meio da promoção de
estratégias educativas e emocionais para
superar barreiras relacionadas ao medo da
dor. Reconhecer benefícios, encontrar prazer
e ter apoio profissional são fundamentais
para manter a rotina de exercícios. A
participação em atividades em grupo é
benéfica para aqueles que valorizam o apoio
social. O impacto do ambiente físico e das
rotinas diárias exige uma análise do
contexto individual.
Referência:
Borges P de A, Koerich MHA da L,
Wengerkievicz KC, Knabben RJ. Barreiras e
facilitadores para adesão à prática de
exercícios por pessoas com dor crônica na
Atenção Primária à Saúde: estudo
qualitativo. Physis. 2023;33:e33019. doi:10.1590/S0103-7331202333019
Alerta
submetido em 27/01/2024 e aceito em
06/02/2024.
Escrito por Bárbara Carvalho Oliveira,
Mariana Santos de Miranda e Yuri Lacerda
Diniz.
5. Dor crônica e distúrbios do sono
A dor crônica
tem vínculo direto com os distúrbios de
sono, visto que a influência na modulação da
dor pode levar às alterações do sono. O
estudo transversal realizado no Centro
Multidisciplinar de Dor do Hospital das
Clínicas da Universidade Federal de Minas
Gerais, teve como objetivo avaliar o sono, a
qualidade de vida e sua relação com
transtornos de humor e ansiedade em
pacientes com dor crônica. Foi utilizado o
método de entrevista semiestruturada face a
face com questionários que abordavam
questões socioeconômicas, da intensidade da
dor, qualidade de vida e transtornos
emocionais.
O estudo
avaliou a qualidade do sono de 103 pacientes
com dor crônica, considerando fatores como
transtornos mentais. Os resultados mostraram
que a dor crônica, quando associada a
distúrbios do sono, pode levar a limitações
nas atividades diárias, piora na qualidade
de vida e aumento nos gastos com saúde. O
estudo apresentou alta prevalência de
distúrbios graves do sono em mulheres. A
intensidade da dor foi relacionada a uma
pior qualidade do sono, evidenciando a
complexidade dessa interação. Além disso,
sintomas de ansiedade e depressão foram
comuns na amostra, contribuindo para agravar
a percepção da dor e alterações do sono.
A dor crônica
e os distúrbios do sono estão interligados,
formando um ciclo que impacta negativamente
a vida das pessoas. Compreender essas
relações é crucial para desenvolver
abordagens eficazes no tratamento dessas
condições e melhorar a qualidade de vida dos
pacientes.
Referência:
Costa M dos SS, Mageste CC, Simão DS, Gomez
RS. Sleep disorders in patients with chronic
pain: cross-sectional study. BrJP.
2023;6(4):390-397. doi:10.5935/2595-0118.20230077-en
Alerta submetido em 06/02/2024 e aceito em
08/02/2024.
Escrito por Anna Giullia Teixeira Cabral
e Karoline Barbosa Vieira.
6. Associação entre o consumo de álcool e processos dolorosos Estudo
desenvolvido pela Universidade de
Washington, aprovado pelo Comitê de Cuidados
e Uso de Animais, seguindo as Diretrizes do
Instituto Nacional de Saúde para o Cuidado e
Uso de Animais de Laboratório, demonstrou
que a dor inflamatória não modifica o nível
de consumo de álcool em camundongos fêmeas,
mas provoca a redução da ingesta de álcool
em camundongos machos.
Para o
seguimento da pesquisa foram selecionados 60
camundongos, incluindo fêmeas e machos. Na
amostra selecionada foi administrada solução
salina ou Adjuvante completo de Freund (CFA),
na pata traseira, sendo igualados a ingestão
de álcool com base no peso em quilos dos
animais. Tendo sido assim avaliados a
hiperalgesia mecânica, a partir da
inflamação induzida por CFA, bem como
monitoramento de possíveis mudanças na
ingesta e preferencias pelo álcool, após 3
semanas de administração. Também foi
realizada curva dose-resposta, a partir de
mudanças na concentração alcoólica, variando
entre 30, 40 e 50%.
Assim, após a
conclusão de que não houve aumento no
consumo de álcool em camundongos mediante a
exposição ao estímulo doloroso, se faz
necessária a posterior análise das possíveis
complicações ou mudanças comportamentais,
como, por exemplo, se a manutenção do hábito
etilista associado a dor provocaria
abstinência alcoólica.
Referência:
Campos-Jurado Y, Morón JA. Inflammatory pain
affects alcohol intake in a dose-dependent
manner in male rats in the intermittent
access model. Pain Rep. 2023;8(4):e1082.
Published 2023 Jun 27. doi:10.1097/PR9.0000000000001082
Alerta
submetido em 12/12/2023 e aceito em 22/12/2023. Escrito por Ana Luiza Martins Costa dos Santos.
7. Aplicação do PainDETECT em pacientes pediátricos com dor neuropática
O questionário PainDETECT é uma medida de autorrelato que consiste em 12 itens que avaliam a intensidade e características da dor, como sensações de queimação, formigamento, crises repentinas, propagação ou radiação, e o curso ou flutuações da dor. A dor neuropática (DN) é caracterizada por uma disfunção do sistema nervoso somatossensorial. A estimativa de sua prevalência é de 3% a 10% na população. Em populações pediátricas há o desafio do diagnóstico e avaliação da DN, sendo necessário encontrar ferramentas que facilitem esse processo, como o PainDETECT. O objetivo deste estudo foi fornecer uma avaliação inicial da validade do PainDETECT em uma população pediátrica para informar a potencial utilidade clínica e de pesquisa. A amostra (165 participantes) foi composta por jovens com dor crônica recrutados no Serviço de Tratamento da Dor do Hospital Infantil de Boston e na Clínica Pediátrica de Tratamento da Dor do Stanford Children's Health quando se apresentaram para avaliação da dor, com idades entre 10 e 19 anos.
Os participantes completaram uma versão em papel do PainDETECT e um teste sensorial quantitativo que avaliou 2 tarefas. A primeira foi a alodinia mecânica a partir do estímulo doloroso provocado por uma escova. A segunda foi sobre a hiperalgesia mecânica por pressão. Entre os participantes com diagnóstico primário de DN 80% foram categorizados como positivos no PainDETECT, demonstrando uma sensibilidade aceitável de 80%, contudo com uma especificidade de apenas 33%. Logo, os resultados ou categorizações do PainDETECT devem ser usados para direcionar avaliações a fim de direcionar o cuidado de forma mais rápida e efetiva.
Assim, para pacientes com triagem positiva no PainDETECT, recomenda-se o encaminhamento urgente a serviço médico especializado em dor pediátrica. Ainda são necessários estudos mais específicos sobre essa ferramenta relacionados à especificidade e tipos de dores dentro da população pediátrica.
Referência: Hess, Courtney W; Van Orden, Amanda R; Mesaroli, Giuliab; Stinson, Jennifer N.; Borsook, Davidd; Simons, Laura E. Application of PainDETECT in pediatric chronic pain: how well does it identify neuropathic pain and its characteristics?. PAIN Reports 8(6):p e1109, December 2023. | DOI: 10.1097/PR9.0000000000001109
Alerta
submetido em 29/12/2023 e aceito em
16/07/2024.
Escrito por Milena Dias Oliveira.
8. Comparativo entre musicoterapia e brincar de lego na dor pós-operatória pediátrica
Você já
imaginou uma abordagem inovadora para
aliviar a dor pós-operatória em crianças? A
abordagem tradicional para o controle da dor
pós-operatória em crianças muitas vezes
envolve o uso de medicamentos, mas
evidências crescentes sugerem que terapias
não farmacológicas podem desempenhar um
papel crucial no alívio da dor e na melhoria
do bem-estar. Diante disso, pesquisadores da
Universidade Shahid Beheshti de Ciências
Médicas na cidade de Teerã, no Irã,
conduziram um estudo experimental com 96
crianças com a idade entre 6 e 12 anos
submetidas a procedimentos cirúrgicos no
Hospital e Centro Médico Mofid.
Este estudo
propôs um comparativo entre duas
intervenções não farmacológicas, a
musicoterapia e o brincar de lego, visou
avaliar sua eficácia no controle da dor
pediátrica. Os participantes foram avaliados
quanto à intensidade da dor antes e após as
intervenções utilizando a Escala de Dor
Facial. Os resultados da pesquisa mostraram
que ouvir música e brincar com lego foram
intervenções eficazes na redução da dor
pós-operatória. Após a intervenção, o grupo
que recebeu terapia com música apresentou
diminuição de 1,5 na escala de intensidade
da dor. Já o grupo de crianças que brincaram
com lego, reduziu 2,9 pontos.
Portanto, as
crianças do grupo lego relataram menor dor
após a intervenção quando comparado ao grupo
de intervenção musical. Dessa forma,
percebe-se que ambas as medidas enfatizam a
necessidade de incorporar abordagens
multidisciplinares no tratamento da dor
pediátrica, oferecendo perspectivas
encorajadoras para a recuperação de crianças
após procedimentos cirúrgicos.
Referência:
Shahrbabaki RM, Nourian M, Farahani AS,
Nasiri M, Heidari A. Effectiveness of
listening to music and playing with Lego on
children's postoperative pain. J Pediatr
Nurs. 2023;69:e7-e12. doi:10.1016/j.pedn.2022.11.023.
Alerta
submetido em 28/01/2024 e aceito em
06/02/2024.
Escrito por Amanda Maria Garcia, Ana
Luiza da Silva Pereira e Roberto Junior
Rodrigues de Jesus.
9. Uso de realidade virtual para pacientes com dor crônica reduz sensibilidade à dor e aumenta tolerância
Estudos
demonstraram que a realidade virtual supera
a imaginação ou outras condições não
imersivas em termos de alívio da dor. O
estudo investigou o impacto da realidade
virtual nos índices psicofísicos de dor. Os
participantes foram expostos a uma variedade
de condições, incluindo realidade virtual,
imaginação e condições não imersivas. Os
resultados mostraram que a realidade virtual
reduziu significativamente a sensibilidade à
dor em comparação com outras condições. O
estudo aborda a necessidade de compreensão
do alívio da dor crônica utilizando a
realidade virtual, destacando o seu
potencial para fornecer abordagem eficaz
para o tratamento da dor.
O estudo foi
realizado com uma amostra de 28 indivíduos
com dor crônica e 31 participantes
saudáveis, entre 18 e 65 anos. Foram
realizadas quatro condições de teste:
baseline (familiarização com o teste de
dor), RV (Realidade Virtual, ambiente
imersivo com cena paisagística), imagination
(elaboração de imagens mentalmente) e visão
2D (mesmo vídeo da RV, mas sem interação).
Para a avaliação da dor, os participantes
tiveram manguitos de pressão fixados nas
pernas e autorrelatavam a dor percebida, em
uma Escala Numérica de Classificação, nas
quatro condições de teste.
A imersão em
ambiente de realidade virtual leva a uma
redução na sensibilidade à dor, quando
comparado aos efeitos de imagens mentais ou
condições não imersivas. Contudo, os
pesquisadores pontuam que o pequeno número
da amostra torna os resultados vulneráveis a
possíveis generalizações.
Referência:
Tesarz J, Herpel C, Meischner M, Drusko A,
Friederich HC, Flor H, Reichert J. Effects
of virtual reality on psychophysical
measures of pain: superiority to imagination
and nonimmersive conditions. Pain. 2024 Apr
1;165(4):796-810. doi: 10.1097/j.pain.0000000000003083.
Epub 2023 Oct 25. PMID: 37878478; PMCID:
PMC10949219.
Alerta submetido em 12/04/2024 e aceito
em 16/07/2024.
Escrito por Ana Carolina Teles Marçal e
Clara Leite Trigueiro.
10. Comprometimento da modulação da dor na doença de Alzheimer
Neurodegenerações em regiões encefálicas
como o córtex pré-frontal dorsolateral podem
danificar a percepção dolorosa. Foi
investigado como a analgesia placebo e
hiperalgesia nocebo afetam pacientes com
Alzheimer. Pesquisadores do Reino Unido e da
Alemanha analisaram o ensaio clínico
randomizado de Matthiesen et al. em 2024.
Foram estudados processos moduladores da dor
em pacientes com doença de Alzheimer. Os
componentes sensoriais e expectativas
influenciam o modo como o indivíduo gera e
mantém a informação de dor. A hipótese é que
a demência afeta esse processo.
Esse
comentário acerca do artigo “Placebo
analgesia and nocebo hyperalgesia in
patients with Alzheimer disease and healthy
participants”, de Matthiesen et al., foi
constituído através da análise dos
resultados obtidos pelo estudo comentado. Os
pesquisadores observaram a falta de
significância estatística nos dados que
revelam a escassa modulação da dor em
pacientes com doença de Alzheimer, a qual
afeta o efeito placebo.
A
neurodegeneração afeta o armazenamento de
informações que podem modular a dor. O
comentário destaca que o estudo de
Matthiesen et al, é de fundamental
importância para encorajar novos estudos
sobre a temática. Além disso, como
limitação, revela uma amostra reduzida e um
foco centrado apenas em pacientes com
Alzheimer leve a moderado.
Referências:
-
Matthiesen
ST, Sieg M, Andersen SS, et al. Placebo
analgesia and nocebo hyperalgesia in
patients with Alzheimer disease and
healthy participants. Pain.
2024;165(2):440-449. doi:10.1097/j.pain.0000000000003035
-
Wiech K,
Bingel U. Alzheimer disease may
compromise patients' ability for
expectancy-based pain modulation. Now
what?. Pain. 2024;165(2):256-257. doi:10.1097/j.pain.0000000000003036
Alerta submetido em 06/04/2024 e aceito
em 26/04/2024.
Escrito por Emanuelle Lorraine Nolêto das
Neves e Giovanna Aparecida Carvalho de
Jesus.
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