Gabriel Carvalho de Souza Santana
Um estudo
quantitativo realizado em Israel (2021)
mostrou que há uma alta prevalência de
fibromialgia na comunidade transgênero. O
estudo foi realizado com um corte
transversal no Ambulatório Trans do Tel Aviv
Sourasky Medical Centre, e incluiu 72 homens
transgêneros e 43 mulheres transgêneros.
Indivíduos transgêneros experimentam com
frequência angústia e depressão relacionadas
à não conformidade de gênero e à transfobia.
Considerando que estresse e trauma
contribuem para o desenvolvimento de
fibromialgia, o estudo investigou a
prevalência dessa síndrome de dor crônica
entre os transgêneros.
Os
participantes responderam a questionários
sociodemográficos, de estado geral de saúde
e questionários específicos de saúde mental,
dor e fibromialgia. Os resultados mostraram
uma prevalência de fibromialgia seis vezes
maior nos participantes do estudo em
comparação à população geral de Israel. Os
autores sugeriram que o stress psicológico e
a disforia de gênero (desconexão e
insatisfação entre o sexo com que a pessoa
nasce e a sua identidade de gênero), podem
contribuir para essa alta prevalência.
Esse trabalho
indica que a prevalência de fibromialgia nos
indivíduos transgêneros avaliados é maior do
que na população geral. Apesar das
limitações de amostragem e falta de
comparações com a comunidade cis, esse
estudo traz à luz a necessidade de uma maior
compreensão sobre a dor crônica e suas
relações causais na comunidade transgênero,
frequentemente invisibilizada e
marginalizada na sociedade.
Referência:
Levit, D., Yaish, I., Shtrozberg, S., Aloush,
V., Greenman, Y., & Ablin, J. N. (2021).
Pain and transition: evaluating fibromyalgia
in transgender individuals. Clinical and
experimental rheumatology, 39 Suppl 130(3),
27–32. https://doi.org/10.55563/clinexprheumatol/pq0qp6
Alerta
submetido em 14/06/2022 e aceito em
14/06/2022.