Roberto Junior Rodrigues de Jesus
Pesquisadores
da Universidade de Dundee, Reino Unido,
realizaram uma revisão sistemática em 2024
para identificar os facilitadores e
barreiras para a prática de exercícios em
adultos com dor crônica. O estudo utilizou o
modelo COM-B (capacidade, oportunidade e
motivação) para categorizar as influências
no comportamento, evidenciando fatores
modificáveis que podem orientar futuras
intervenções. Apesar dos benefícios
comprovados da atividade física, como alívio
da dor, regeneração nervosa periférica e
melhora da qualidade de vida, a adesão entre
pacientes com dor crônica ainda é baixa. A
pesquisa destaca a necessidade de
estratégias mais eficazes para superar
desafios físicos, emocionais e sociais no
manejo da dor crônica.
A revisão foi
composta por 40 estudos com 2.376
participantes, representando diversas
condições de dor crônica, como dor lombar,
osteoartrite e fibromialgia. Entre as
barreiras mais frequentes, destacam-se o
medo de piorar a dor, a falta de tempo,
recursos financeiros, apoio social
insuficiente tanto de familiares como de
profissionais de saúde, acesso limitado a
espaços adequados e o desconhecimento sobre
os benefícios da atividade física. Por outro
lado, o suporte de familiares e amigos,
melhoria no bem-estar mental, desejo de
evitar medicamentos, a presença de
profissionais de saúde bem-preparados e
programas personalizados de exercícios foram
apontados como facilitadores para estimular
a adesão.
Portanto, o
estudo conclui que a prática de atividade
física em pessoas com dor crônica pode ser
incentivada por intervenções centradas na
pessoa, programas personalizados e suporte
social adequado. Reforçando a importância de
estratégias colaborativas para superar
barreiras individuais e sociais, promovendo
maior adesão à atividade física e,
consequentemente, melhorando a qualidade de
vida dessa população.
Referências:
Leese C, Gupte D, Christogianni A, et al.
Barriers and facilitators for physical
activity in people living with chronic pain:
a systematic review and combined analysis.
Pain. 2024;165(12):2721-2732. doi:10.1097/j.pain.0000000000003314