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Alerta da edição mensal

 

 

Um estudo de neuroimagem mostra que a exposição a cenários naturais virtuais, reduz a dor e altera o modo como o cérebro processa seus sinais

Anna Beatriz Oliveira Cruz

 

Pesquisadores da Universidade de Viena, na Áustria, realizaram um estudo de neuroimagem para entender como a exposição à natureza afeta a percepção de dor aguda. O estudo, conduzido com 49 participantes saudáveis, revelou que assistir a cenários de natureza virtual, comparado a ambientes urbanos ou internos, diminui a dor percebida e a ativação de áreas cerebrais relacionadas à dor. Este achado sugere que a natureza pode ser uma ferramenta simples e não farmacológica para melhorar o controle da dor.

 

O estudo experimental utilizou ressonância magnética funcional enquanto os participantes recebiam choques elétricos controláveis para induzir dor. Eles foram expostos a ambientes virtuais de natureza, urbanos e internos, tanto visuais como sonoros. A equipe analisou o autorrelato da dor, como intensidade e desprazer, e padrões de ativação cerebral que indicam o processamento sensorial da dor. Os resultados mostraram que ambientes virtuais de natureza produziram uma redução na ativação de áreas cerebrais ligadas à sensação de dor, como o tálamo e a ínsula posterior, confirmando que cenários de natureza impactam o modo como o cérebro processa os sinais dolorosos, sem alterar áreas relacionadas ao processamento emocional.

 

A exposição à natureza virtual mostrou-se eficaz em reduzir a dor e alterar o processamento neural sensorial da dor. Este achado aponta que o ambiente pode influenciar o componente sensorial da dor e não apenas seus componentes afetivos e motivacionais. O estudo pode ter implicações práticas significativas, pois aponta uma opção não farmacológica acessível e segura para o manejo da dor aguda.

 

Referência: Steininger MO, White MP, Lengersdorff L, et al. Nature exposure induces analgesic effects by acting on nociception-related neural processing. Nat Commun. 2025;16(1):2037. Published 2025 Mar 13. doi:10.1038/s41467-025-56870-2