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Alerta da edição mensal

 

 

O papel do microbioma no controle da sensibilidade à dor crônica

Larissa Souza França
 

Uma revisão de literatura científica analisou como o microbioma pode influenciar na dor crônica, utilizando artigos de pesquisas originais e experimentos pré-clínicos. Os pesquisadores observaram que a disbiose, um desequilíbrio nas situações microbianas, pode estar associada a diversas condições de dor crônica, como síndrome do intestino irritável e doenças inflamatórias. As descobertas reforçam que o microbioma desempenha um papel significativo na modulação da dor, abrindo caminho para novas abordagens terapêuticas baseadas na manipulação da microbiota.

 

A pesquisa incluiu 97 artigos e 303 experimentos, destacando a necessidade de aprofundar a compreensão dessa relação complexa. A revisão destacou três abordagens principais: probióticos (especialmente Lactobacillus e Bifidobacterium), que reduziram a dor visceral e inflamatória; antibióticos, que aumentaram a sensibilidade à dor em animais saudáveis, mas tiveram efeitos analgésicos em modelos de lesão; e transplante de microbiota fecal (TMF), em que transferiu características de dor entre animais, sugerindo um papel causal do microbioma. Modelos experimentais em animais livres de germes permitiram avaliar o papel dos microrganismos na modulação da dor, indicando que a microbiota pode influenciar a resposta neuroimune e os mecanismos de sensibilização central.

 

Estratégias como o uso de probióticos e transplantes fecais mostram potencial uso na dor, mas ainda são necessários estudos clínicos para validar essas intervenções em humanos. A pesquisa destaca a necessidade de metodologias padronizadas e abordagens interdisciplinares para traduzir esses achados em aplicações médicas eficazes.

 

Referências: Pratt ML, Plumb AN, Manjrekar A, et al. Microbiome contributions to pain: a review of the preclinical literature. Pain. 2025;166(2):262-281. doi:10.1097/j.pain.0000000000003376