Eduarda Gomes Saldanha
Um estudo
publicado em 2025 por cientistas dos Estados
Unidos concluiu que a dor em pessoas com a
síndrome da dor pélvica crônica urológica (SDUPC)
pode estar associada a um envelhecimento
cerebral acelerado, especialmente em
mulheres. A pesquisa foi conduzida pela Rede
MAPP (Abordagem Multidisciplinar para o
Estudo da Dor Pélvica Crônica), que envolve
diversos centros acadêmicos dos EUA. O
objetivo foi entender como essa condição
impacta o envelhecimento cerebral e quais
variáveis contribuem para esse efeito.
Os cientistas
utilizaram exames de ressonância magnética
estrutural e um programa computacional
chamado “brainageR” para estimar a idade
biológica do cérebro. A partir da análise
das imagens, contando com 564 participantes,
compararam 492 pessoas com dor pélvica
crônica a 72 controles saudáveis. Diversos
aspectos clínicos foram integrados à
análise, incluindo tempo de duração da dor,
indicadores inflamatórios, presença de dor
em outras regiões do corpo e sintomas de
ansiedade e depressão. Entre esses fatores,
apenas os marcadores inflamatórios,
especialmente TNF-α e MCP-1, apresentaram
associação estatística com o envelhecimento
cerebral, sugerindo o papel da inflamação
nesse processo.
O achado
sugere que a dor crônica pode impactar a
saúde do cérebro, influenciada por fatores
como inflamação. Embora promissor, o achado
precisa ser aprofundado por novos estudos
que explorem melhor o papel da inflamação e
a diferença entre os sexos no envelhecimento
cerebral.
Referência:
Leech KA, Kettlety SA, Mack WJ, Kreder KJ,
Schrepf A, Kutch JJ. Brain predicted age in
chronic pelvic pain: a study by the
Multidisciplinary Approach to the Study of
Chronic Pelvic Pain Research Network. Pain.
2025;166(5):1060-1069. doi:10.1097/j.pain.0000000000003424