A incapacidade
de prever dor intensa em um paciente na hora
de realizar a troca de curativo em uma
ferida pode causar estresse tanto no
indivíduo quanto no profissional que irá
executar a técnica. Pensando nisso,
pesquisadores desenvolveram um método
preditor que facilita a criação de
estratégias preventivas de controle da dor
através de um estudo clínico realizado em
Hospitais e Clínicas da Universidade de Iowa,
nos Estados Unidos. Foi desenvolvido um
modelo para prever dor intensa durante as
trocas de curativos nos pacientes e para
desenvolvê-lo foi necessário avaliar fatores
clinicamente acessíveis do paciente e da
ferida.
Para avaliar a
intensidade da dor, foi realizada uma única
troca de curativo em 445 indivíduos e a dor
foi avaliada imediatamente após a troca.
Além disso, foram avaliados fatores
clinicamente acessíveis do paciente e da
ferida, avaliados antes da troca de
curativo, e, por fim, a ingestão de opioides,
avaliada como uma variável de controle. A
dor intensa foi relatada por 127 indivíduos.
Nestes casos, a ferida era aguda e com
duração inferior a 30 dias. Os principais
preditores para a previsão clínica foram o
tipo de curativo, a dor na ferida e a dor
esperada.
A previsão de
dor intensa durante a troca de curativo é
necessária para que haja a possibilidade de
direcionar o paciente para estratégias de
prevenção de dor específicas para o caso
dele. Para isso, é necessário utilizar os
preditores de ferida e dor clinicamente
acessíveis e ouvir os relatos particulares
de cada paciente para melhor avaliar o caso.
Referência:
Gardner, Sue E. a,*; Bae, Jaewon a ; Ahmed,
Bootan Ha ; Abbott, Linda Ib ; Wolf, Jessica
S. a ; Hein, Maria a ; Carter, Cheryl a ;
Hillis, Stephen Lc ; Tandy, LuAnn Ma ; Rakel,
Bárbara A. a . Uma ferramenta clínica para
prever dor intensa durante as trocas de
curativos. DOR: setembro de 2022 - Volume
163 - Edição 9 - p 1716-1727 doi: 10.1097/j.pain.0000000000002553.