DOL - Dor On Line

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

Universidade de Brasília - Campus de Ceilândia
Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP
Faculdade de Farmácia - Universidade Federal da Bahia

Principal    |    Editoriais    |    Edições    |    Sobre a Dor    |    Glossário    |    Projeto DOL    |    Publicações    |    Contato

   
 

Alerta da edição mensal

 

 

Dor menstrual altera conexões cerebrais em adolescentes

Ana Clara Gonçalves Madeiro

 

Uma pesquisa estadunidense, conduzida por pesquisadores da Harvard Medical School, analisou 100 adolescentes entre 13 e 19 anos para investigar a relação entre redes neurais e características da dor menstrual. A partir da ressonância magnética funcional (fMRI) e autoavaliação das jovens, os cientistas identificaram que a intensidade da dor menstrual está associada à conectividade alterada de redes neurais responsáveis pela percepção e regulação da dor.

 

O estudo utilizou imagens de fMRI das adolescentes em repouso durante 6 minutos e avaliaram a dismenorreia em diferentes aspectos, como interferência nas atividades de vida diária e intensidade da dor. Os pesquisadores focaram no Triple Network Model (TNM), que inclui três redes cerebrais principais: a rede de saliência (cSN), a rede de modo padrão (DMN) e a rede executiva central (CEN). A intensidade da dor estava diretamente ligada a uma maior conectividade nas regiões de processamento límbico e sensorial. Além disso, também afetou a rede de controle de funções cognitivas, como resolução de problemas e concentração e ocorreu a diminuição da comunicação da rede que fica ativa quando a pessoa está em repouso. Dessa forma, os resultados demonstram o impacto da dor menstrual nas diferentes conexões cerebrais.

 

Portanto, essas alterações na conectividade cerebral sugerem que adolescentes com maior dor menstrual possuem padrões de conectividade cerebral semelhantes aos de condições de dor crônica. Esses achados podem ajudar a dimensionar e validar o impacto físico e emocional do período menstrual no cotidiano da saúde da mulher. No entanto, mais estudos longitudinais são necessários para determinar se essas mudanças cerebrais podem ou não alterarem conforme o tempo.

 

Referências: Payne LA, Seidman LC, Napadow V, Nickerson LD, Kumar P. Functional connectivity associations with menstrual pain characteristics in adolescents: an investigation of the triple network model. Pain. 2025;166(2):338-346. doi:10.1097/j.pain.0000000000003334