Estudos
clínicos e pré-clínicos realizados por
pesquisadores suecos identificaram os altos
níveis de lisofosfatidilcolina 16:0 (LPC
16:0) no líquido sinovial do joelho como uma
marca registrada de patologias articulares
dolorosas associadas ou não a inflamação. A
parte clínica do estudo analisou 2 coortes
independentes de pacientes, a primeira
composta por 35 pacientes com osteoartrite e
a segunda por 50 pacientes sofrendo de
diferentes doenças articulares dolorosas, em
ambas coortes foram realizadas a coleta de
líquido sinovial do joelho e comparadas com
10 indivíduos controle pós-morte sem
histórico de osteoartrite ou doenças
reumáticas inflamatórias. As duas coortes
analisadas exibiram concentrações
significativamente mais altas de LPC 16:0 em
comparação com as amostras controle. Já a
parte pré-clínica, foi realizada com
camundongos adultos machos e fêmeas que
receberam 2 injeções intra-articulares
consecutivas de soluções salinas contendo
LPC 16:0 para induzir a dor, antes e durante
30 dias após as injeções foram testados seus
limiares de dor mecânica, calor e teste de
suporte de peso.
Além disso,
este estudo também traz evidências em
camundongos e humanos apoiando o papel da
LPC 16:0 via canais iônicos sensor de ácido
3 (ASIC3) na dor crônica articular, já que
os efeitos pró-nociceptivos in vivo de LPC
16:0 são largamente dependentes desses
canais ASIC3 e independente do sexo. A LPC
16:0 ativou ASIC3 de camundongos, humanos e
in vitro, induzindo uma corrente de
despolarização dependente de ASIC3 em
neurônios do gânglio da raiz dorsal de
camundongos.
Assim, os
resultados do estudo sugerem que a LPC 16:0
pode estar envolvida na dor articular de
diferentes etiologias de origem inflamatória
e não inflamatória, principalmente em
doenças musculoesqueléticas reumáticas.
Porém, ainda é necessário demostrar se um
nível elevado de LPC 16:0 poderia ser usado
como um biomarcador objetivo de dor
articular crônica em diferentes etiologias.
Referência:
Jacquot F, Khoury S, Labrum B, et al.
Lysophosphatidylcholine 16:0 mediates
chronic joint pain associated to rheumatic
diseases through acid-sensing ion channel 3.
Pain. 2022;163(10):1999-2013. doi:10.1097/j.pain.0000000000002596
Alerta
submetido em 28/10/2022 e aceito em
16/12/2022.