Um estudo
recente demonstrou que a abertura forçada da
boca (FMO) em camundongos induz hiperalgesia
persistente e sensibilização periférica de
neurônios trigeminais, sendo um modelo
promissor para investigar mecanismos de dor
pós-traumática na articulação
temporomandibular (ATM). A pesquisa revelou
alterações significativas em comportamentos
relacionados à dor e em respostas neuronais,
com efeitos semelhantes em ambos os sexos.
O experimento
utilizou a Mouse Grimace Scale (MGS) para
quantificar comportamentos de dor espontânea
com base em expressões faciais registradas a
cada 2–3 minutos durante 30 minutos. A FMO
foi realizada com dispositivos
personalizados por até cinco dias
consecutivos, acompanhada de testes de
sensibilidade mecânica com filamentos de von
Frey (VF).
A atividade
neuronal nos gânglios trigeminais (TG) foi
monitorada por meio de imagem de cálcio in
vivo, permitindo a avaliação de respostas a
estímulos térmicos, mecânicos e químicos.
Além disso, técnicas de imunohistoquímica
identificaram alterações neuroquímicas, como
a expressão de CGRP e TRPV1 em neurônios
trigeminais retrogradamente marcados.
O protocolo
experimental considerou variáveis sexuais,
com alocação aleatória dos animais em grupos
controle e experimental. Os resultados
reforçam o potencial do modelo FMO para
estudar a dor orofacial e suas bases
neurobiológicas, embora ressaltem
limitações, como a distinção entre
sensibilização periférica e comportamentos
de dor.
Estudos
futuros poderão explorar essas dinâmicas com
maior profundidade, ampliando a
aplicabilidade clínica dos achados e
contribuindo para o desenvolvimento de
terapias mais eficazes para dor crônica
associada à ATM.
Referências:
Alshanqiti I, Son H, Shannonhouse J, et al.
Posttraumatic hyperalgesia and associated
peripheral sensitization after
temporomandibular joint injury in mice. Pain.
2024;166(7):1597-1609. Published 2024 Dec
17. doi:10.1097/j.pain.0000000000003498