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Alerta da edição mensal

 

 

Existe correlação entre cefaleia, distúrbios temporomandibulares e bruxismo?

Gabriela Oliveira Gonçalves

 

Pesquisadores encontram dificuldade em correlacionar a causalidade entre dor de distúrbios temporomandibulares (DTMs) e enxaqueca, assim como entre bruxismo e cefaleia do tipo tensional. O Departamento de Neurociência de Sistemas da Universidade de Hamburgo, Alemanha juntamente com a Faculdade de Odontologia de Malmo, Suécia desenvolveram uma revisão narrativa com o objetivo de fornecer uma visão geral do estado atual dos estudos sobre a ocorrência simultânea de bruxismo, DTMs e cefaleia, visto que existem controvérsias em torno dessa temática; principalmente, no que concerne às definições e padrões diagnósticos dessas patologias. No entanto, o número limitado de estudos experimentais e clínicos sobre essa temática é um grande desafio para determinar a correlação e causalidades entre tais tipos de distúrbios.

 

Essa revisão narrativa foi feita a partir de uma recuperação independente de literatura atualizada até setembro de 2023; e a busca por repositórios de referência se deu por meio do PubMed, Web of Science e a Biblioteca Cochrane. Sendo assim, essa pesquisa traz, primeiramente, os conceitos de cada patologia mencionada no artigo, ou seja, apresenta os conceitos de DTMs, de bruxismo e de cefaleia. Além disso, junto com essa definição, é evidenciado também a prevalência dessas doenças e as possíveis causas para esses tipos de dores, bem como os tratamentos mais atuais para o manejo delas. Ademais, a metodologia proposta para essa pesquisa também mostrou que os estudos trazem sobre a relação entre essas três condições (bruxismo e DTM, bruxismo e cefaleia, cefaleia e DTM) e as outras classificações que existem ainda dentro de cada um desses distúrbios. Porém, as evidências sobre essas correlações ainda são conflitantes.

 

Portanto, para que seja possível de fato evidenciar se há mesmo uma relação causal entre cefaleia, DTM e bruxismo, já que os estudos clínicos e experimentais são limitados; é necessário que pesquisas futuras sejam feitas para estabelecer maior consistência e aplicabilidade no diagnóstico e tratamento desses distúrbios.

 

Referência: Voß, L. C., Basedau, H., Svensson, P., & May, A. (2024). Bruxism, temporomandibular disorders, and headache: a narrative review of correlations and causalities. Pain, 165(11), 2409–2418. https://doi.org/10.1097/j.pain.0000000000003277