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O estresse no trabalho influencia na dor
lombar crônica
Júlia Paiva Fideles
Um estudo longitudinal brasileiro, feito ao longo de 4 anos, indica que a dor lombar crônica tem aumento de sua incidência, número de episódios e de sua gravidade pela exposição ao estresse laboral. A amostra foi composta por 1733 participantes entre 39 e 78 anos, em atividades laborais e sem dor lombar crônica no recrutamento. Coletou-se os dados da linha de base entre 2012 e 2014, com 3 entrevistas anuais por telefone entre 2015 e 2018. Observa-se que a pesquisa busca elucidar o papel do estresse no trabalho em aspectos da lombalgia crônica.
Nos telefonemas, coletaram informações, como se nos últimos 30 dias a pessoa apresentou lombalgia. Em caso positivo, pedia-se para caracterizar a intensidade, incapacidade e cronicidade álgica. O estresse ocupacional foi avaliado a partir do modelo de questionário “The effort–reward imbalance” (ERI), com 6 itens sobre esforço, 10 sobre gratificações e 6 sobre comprometimento em excesso. Também verificaram variáveis sociodemográficas (idade, sexo, raça/cor, nível de escolaridade), características do trabalho e seu turno. Os resultados da ausência ou presença, e características da lombalgia e o desequilíbrio entre a satisfação e esforço foram ajustados conforme as variáveis sociodemográficas e ocupacionais, por meio da regressão logística multimodal e de Poisson.
Percebe-se que o estresse no trabalho pode influenciar no aumento de vários aspectos da lombalgia crônica. É importante frisar que uma das limitações do estudo foi a amostra ser composta por servidores públicos de instituições de ensino e pesquisa, não representando a população como um todo nas questões socioeconômicas. Porém, como pontos positivos, o material apresenta uma ampla amostra, trabalhadores em variados cargos e um acompanhamento ao longo de 4 anos.
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Referência: Hubner FCL, Telles RW, Giatti L, et al. Job stress and chronic low back pain: incidence, number of episodes, and severity in a 4-year follow-up of the ELSA-Brasil Musculoskeletal cohort. Pain. 2024;165(11):2554-2562. doi:10.1097/j.pain.0000000000003276 |