O estudo
Exploring Aspects of Survivors’ Experience
of Pain analisou sobreviventes adultos da
coorte retrospectiva Childhood Cancer
Survivor Study com o intuito de descrever a
prevalência de dor crônica, fatores de risco
e a ocorrência diária da interferência da
dor nesses indivíduos. Este é o primeiro
estudo a examinar as experiências diárias de
dor, humor, ansiedade e sono entre
sobreviventes de câncer infantil que têm dor
crônica, abordando as associações únicas
entre a dor diária e variáveis relacionadas.
Dessa forma, os resultados demonstraram que
a dor crônica e sua alta interferência são
problemas comuns em sobreviventes adultos de
câncer infantil.
De forma
geral, a prevalência de dor crônica em
sobreviventes adultos do câncer infantil
pode ser maior do que na população geral. O
surgimento da dor ao longo da trajetória do
câncer infantil ocorre por vários motivos
biopsicossociais como eventos dolorosos,
medos e inseguranças que diferem de
indivíduos sem histórico de câncer.
Nesse sentido,
o estudo utilizou o aplicativo Eureka
Reserarch para coletar relatos diários por
duas semanas de cerca de 245 sobreviventes
do câncer infantil. Nesse aplicativo, os
participantes respondiam perguntas
relacionadas a cronicidade, gravidade,
interferência, localização e causa da dor, e
por meio de preditores demográficos os
pesquisadores analisavam associações entre a
dor relatada e os fatores de risco dos
participantes. Após a análise dos dados, os
pesquisadores notaram que aproximadamente
41% dos sobreviventes adultos do câncer
relataram dor crônica, e dentro desse grupo
72% relataram interferência moderada a grave
da dor e 32% dor por mais de 10 anos. Em
relação ao psicológico, 44% dos
sobreviventes relataram sintomas
depressivos, 34% ansiedade e 26% apontaram
medo de recorrência do câncer.
Em virtude
disso, embora apresente limitações, o estudo
revela a necessidade da avaliação regular da
presença de dor crônica e dificuldades
psicológicas relacionadas aos sobreviventes
do câncer infantil. O objetivo é garantir
melhor gerenciamento das condições crônicas
de saúde física e psicológica, além de
prevenir ou reduzir o fardo da dor crônica e
suas interferências na vida desses
indivíduos.
Referências:
Alberts NM, Leisenring W, Whitton J, et al.
Characterization of chronic pain, pain
interference, and daily pain experiences in
adult survivors of childhood cancer: a
report from the Childhood Cancer Survivor
Study. Pain. 2024;165(11):2530-2543. doi:10.1097/j.pain.0000000000003284