Um estudo
multicêntrico realizado em Madri (Espanha)
teve por objetivo compreender o
desenvolvimento de dores musculoesqueléticas
em pacientes sobreviventes da Covid-19,
durante a primeira onda de infecção. A
partir de análises univariadas e
multivariadas, foram realizadas associações
entre variáveis como idade, sexo, doenças
preexistentes, sintomas que estavam
presentes durante o período de contaminação
pelo vírus Sars-COV2 com o desfecho de dor
muscular.
Dados obtidos
através de prontuários, bem como de
respostas aos questionamentos a respeito do
quadro clínico de cada paciente antes e após
a sua recuperação, foram utilizados para
análise e compreensão de quais seriam os
fatores de risco associados a manifestação
de dores musculoesqueléticas, bem como a sua
prevalência na amostra em estudo. Além da
verificação de que distúrbios emocionais
também se correlacionavam com a doença e
suas sequelas.
Mediante a
averiguação dos resultados, foi constatado
que 45% dos participantes, anteriormente
infectados com o vírus da Covid-19,
apresentaram tais manifestações dolorosas
após 8 meses passados da alta hospitalar. E
de modo prevalente se apresentaram as dores
generalizadas e dores dos membros
inferiores. Além disso, a ocorrência dos
sintomas estava presente de maneira
preponderante nas situações em o paciente
permaneceu durante um longo período na
unidade de terapia intensiva, em que houve
recorrentes dores generalizadas e dores de
cabeça.
A respeito dos
fatores de risco associados ao
desenvolvimento da dor, assumiu-se que a
presença de comorbidades, grande duração do
tempo de internação, histórico de dor
musculoesquelético, que as mulheres estão
mais suscetíveis a essa expressão de dor e
que possíveis respostas imunológicas
profusas são algumas das variáveis
relacionadas, se observa que as sequelas
desenvolvidas após a infecção pelo novo
coronavírus, especialmente a dor
musculoesquelética, são de origem
multifatorial.
Comentário da
equipe editorial: O presente alerta pôde ter
resultados confirmados com base em outra
publicação: alerta de divulgação científica
publicado durante o mês de outubro, do ano
de 2021, com o título de: Síndrome do COVID
LONGO – dor articular e muscular em
pacientes pós-covid-19.
Referência:
Fernández-de-las-Peñasa,b,*;
de-la-Llave-Rincón, Ana I.um;
Ortega-Santiagoum; Ambite-Quesadaum;
Gómez-Mayordomoc; Cuadrado, María L.c,d;
Arias-Navalón, José A.e; Hernández-Barreraf;
Martín-Guerrero, José D.g; Pellicer-Valero,
Oscar J.g; Arendt-Nielsenb,h. Prevalência e
fatores de risco de sintomas de dor
musculoesqueléticos como sequelas pós-COVID
a longo prazo em sobreviventes
hospitalizados do COVID-19: um estudo
multicêntrico. DOR: Setembro 2022 - Volume
163 - Edição 9 - p e989-e996 doi: 10.1097/j.pain.000000000002564
Alerta submetido em 02/09/2022 e aceito
em 30/09/2022.