Pesquisadores
da Itália e do Reino Unido evidenciaram que
modular a expectativa dolorosa induz
respostas previsíveis. A intensidade de dor
esperada dos 60 voluntários saudáveis e a
confiança em suas expectativas foram
mensuradas antes e após estímulos elétricos
nocivos. A coleta de dados ocorreu entre os
anos de 2022 e 2023. Sugestões verbais
hipoálgicas, hiperálgicas ou neutras foram
feitas a depender da alocação do grupo. A
hipótese de que quanto maior a precisão da
expectativa, menor seria a discrepância
entre o que é esperado e o que é percebido
foi conferida no âmbito metacognitivo.
Os
participantes foram randomizados,
sentaram-se em frente a uma tela de
computador e receberam fones de ouvido para
isolar os ruídos externos. Com a mão
dominante seguraram um teclado externo para
atribuir classificações, enquanto a mão não
dominante tinha 4 elétrodos conectados para
induzir 8 estímulos nocivos de intensidade
fixa. As principais análises investigaram se
a dor segue regras inferenciais bayesianas,
nas quais resultam da integração entre dados
sensoriais, a percepção anterior (metacognitiva)
e seu nível de certeza do resultado.
Percepção
tendenciosa da dor resulta em aumento ou
redução da mesma em estudo experimental com
estímulos nocivos. A introdução de
princípios bayesianos no nível metacognitivo
representa um avanço inovador na pesquisa
placebo e nocebo, o que amplia o campo de
investigação de mecanismos adjacentes à
manutenção da dor crônica.
Referência:
Camerone EM, Tosi G, Romano D. The role of
pain expectancy and its confidence in
placebo hypoalgesia and nocebo hyperalgesia.
Pain. 2025;166(7):1577-1586. Published 2025
Jan 9. doi: 10.1097/j.pain.0000000000003495